O país vivenciava a maior crise sanitária de sua história quando uma cena se tornou emblemática em meio à campanha de vacinação contra a Covid-19: fotografias e vídeos exibiam pessoas nos postos com cartazes de gratidão e apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). A luta pelo controle da pandemia estava apenas começando, mas retratos de cidadãos brasileiros em igualdade de acesso às vacinas continuam emocionando, ao traduzir em imagens a importância da iniciativa para a população. E ganham ainda mais relevância neste 21 de março, Dia do Orgulho SUS, data de incentivo à participação coletiva no desenvolvimento de ações em prol da saúde pública.
O Dia do Orgulho SUS foi criado em 1986, no encerramento da 8ª Conferência Nacional de Saúde, o principal marco na elaboração do sistema, uma conquista do povo brasileiro, que se mobilizou para desenvolver o projeto instituído pela Constituição Federal de 1988. Graças à sua organização, cada esfera do poder público tem atribuições específicas e trabalha em parceria com as demais para que a promoção, a prevenção e o cuidado em saúde sejam acessíveis a todos os brasileiros de forma integral.
— O SUS está presente no cotidiano da população de diferentes maneiras, desde a vigilância sanitária, que controla a qualidade dos serviços e produtos, a consultas de rotina e na vacinação. O Dia do Orgulho SUS deve mobilizar todos nós, usuários, gestores da rede e profissionais da saúde em torno das conquistas já consolidadas nesses 31 anos de existência e dos avanços tão necessários para a garantia de atendimento de qualidade a todos os brasileiros — reforça o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
Entre as principais ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) nos últimos anos, o enfrentamento à Covid-19 teve na vacinação seu maior êxito. Até o momento, mais de 37 milhões de doses de imunizantes foram distribuídas de forma ágil, equânime e proporcional, por vias aéreas e terrestres, aos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro. Mais de 31 milhões de doses já foram aplicadas na população fluminense, uma cobertura vacinal de 83% no público-alvo a partir dos 12 anos que levou à queda sustentada dos índices da doença, ampliando o processo de flexibilização das medidas de proteção.
Desde o início da campanha de vacinação, já foram realizadas mais de 100 entregas de imunizantes. As internações diminuíram em 88,78%, e os óbitos reduziram 79,54%. Para dar a resposta oportuna necessária aos pacientes que se recuperam da doença, foi criado o Ambulatório Pós-Covid do Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde as sequelas são tratadas por profissionais especializados. O serviço já realizou 25.720 atendimentos desde a inauguração, em junho do ano passado.
Outro motivo de orgulho do SUS é o Programa Estadual de Transplantes (PET), que apenas em 2021 auxiliou na realização de mais de 1.100 transplantes, entre córneas, rins, pâncreas, coração e fígado. Uma equipe foi habilitada para, depois de 15 anos, o Estado do Rio voltar a realizar transplantes de pulmão. Um helicóptero foi disponibilizado para o transporte de órgãos, aquisição que agilizou o processo, contado em horas para ter êxito. A aeronave transportou mais de 110 órgãos no último ano. O atleta Gabriel Montenegro completa sete anos de transplante de fígado no dia 26 de março. Aos 23 anos de idade, após uma hepatite fulminante, precisou passar pelo procedimento com urgência. Hoje, celebra o PET e o SUS com gratidão:
– Graças ao trabalho do Programa Estadual de Transplantes, fui agraciado por uma família que autorizou a doação de órgãos e salvou a minha vida. O Brasil tem um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo. O PET, através do SUS, executa um trabalho muito sério e transparente.
O enfermeiro Rafael Fornerolli, assessor de Humanização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), é um entusiasta do Dia do Orgulho SUS. Há 14 anos, chegou à SES com o propósito de desenvolver o setor, com a ajuda de uma equipe multiprofissional. E hoje lidera ações cotidianas de inclusão e valorização de usuários e colaboradores dos serviços de saúde.
– A Política Nacional de Humanização surgiu em 2003, com a missão de tirar de vez o SUS do papel e ajudar a colocar seus princípios em prática. Um grande motivo de orgulho para todos nós, sem dúvida alguma. É um dia para se comemorar.