CPIs – CPI dos Sanguessugas – 08/11/2007

Ao lado de Vanessa Grazziotin e Jungmann, Barjas Negri presta depoimento na CPI
Em depoimento, ontem, à CPI dos Sanguessugas, o atual prefeito da cidade paulista de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), ministro da Saúde no final do governo Fernando Henrique Cardoso (entre fevereiro e dezembro de 2002), afirmou que, durante sua gestão, não havia nenhum tipo de intermediação com empresas para liberação de emendas de parlamentares. Segundo ele, esse relacionamento se dava diretamente com deputados, senadores e seus assessores.

– Na nossa gestão, não houve fraude nem corrupção – observou o ex-ministro.

No entanto, Barjas Negri admitiu que empresas do grupo de Abel Pereira, empreiteiro de Piracicaba apontado por Luiz Antônio Vedoin – suposto chefe da máfia das ambulâncias – como lobista da Planam no ministério, teriam contribuído com sua campanha à prefeitura do município, em 2004. Abel Pereira, conforme Vedoin, teria recebido propina para defender seus interesses junto ao governo durante a gestão de Barjas.

O ex-ministro ressaltou, porém, que, durante os meses em que esteve à frente da Saúde, recebeu Abel Pereira em seu gabinete uma única vez, quando ele acompanhou o prefeito da cidade de Jaciara (MT), cuja unidade de saúde precisava ser ampliada. Os recursos para a realização das obras foram liberados no tempo recorde de 12 dias, conforme informou a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e a reforma foi realizada por uma empresa de Abel Pereira, o que foi confirmado por Barjas.

– Isso não é pecado. Pecado é caixa dois de campanha, e na minha campanha não teve caixa dois – rebateu Barjas Negri, que compareceu à comissão na condição de convidado.

Jornal do Senado – Edição de quarta-feira, 08 de novembro de 2006