Com o avanço da vacinação entre brasileiros, prefeituras já começam a debater a necessidade de exigir o comprovante da imunização. Mas muita gente enfrenta problemas para ter os dados registrados corretamente no aplicativo do Ministério da Saúde.
Virou febre. Muita gente fez questão de registrar o momento que recebeu a vacina contra a Covid. Mas só a imagem não basta. É necessário ter o Certificado Nacional de Vacinação. O documento é gratuito e está disponível no aplicativo do Conecte SUS.
Veja o passo a passo para emissão:
O primeiro passo é baixar o aplicativo no celular ou acessar a página do programa Conecte SUS no computador. É preciso se cadastrar. Depois, um clique no ícone vacina. Aperta em cima das doses administradas. Siga para o detalhamento das doses administradas. Depois, clique em certificado de vacinação. É esse o comprovante da imunização, com todos os dados da pessoa, as doses das vacinas, com os lotes e um QR code, que confirma a autenticidade do documento.
Uma vez concluída a imunização, também é possível emitir o certificado em inglês ou espanhol. Na parte superior da página, basta escolher a bandeira.
Problemas no app
Ainda não existe uma norma válida para todos os países, mas alguns já estão aceitando o Certificado Nacional de Vacinação brasileiro como comprovante de imunização contra a Covid. O problema é que nem todo mundo está conseguindo emitir esse certificado.
O Gustavo tomou a primeira dose em 6 de junho, e a segunda em 23 de agosto. Mas no sistema a informação está incompleta.
“Aparece só a minha segunda dose, e aí eu vou clicar para gerar o certificado. Vai ficar rodando aqui eternamente, ele não está gerando o certificado. A gente espera que quando tudo melhore, a gente possa voltar a ter uma vida quase normal. E isso inclui viajar e ir nos locais, e a gente está vendo muita mobilização de países e até de estados aqui já pensando em fazer essa exigência de comprovação de vacinas. A gente quer ter algo que comprove isso de forma rápida”, diz o bancário Gustavo Tocantins.
André também já tomou as duas doses da vacina. Mas no caso dele, só constava a primeira no Conecte SUS. Ele foi a uma unidade básica de saúde e conseguiu que lançassem a informação. O problema é que a segunda dose foi em 7 de julho, e não agora.
“Com o mesmo lote da primeira, o mesmo lugar da primeira e o mesmo aplicador da primeira, ou seja, todas as informações estão erradas”, conta André Marques.
André reclamou duas vezes no próprio canal disponível no aplicativo. Os dados sobre o lote e o aplicador continuam errados na tela. Mas no certificado, agora aparecem corrigidos.
O diretor do Instituto Questão de Ciência, Paulo Almeida, elogia a criação do sistema para a verificação digital. Mas ele também está tendo problema para tirar o certificado.
“Além de usar o caminho oficial que está sendo indicado pelo próprio aplicativo, seria a depender da urgência, conseguir uma liminar judicial para que isso seja emitido em tempo recorde, em tempo imediato, caso haja uma emergência”, diz Paulo Almeida.
Cerca de 7,5 mil voluntários brasileiros que participaram da fase de testes da vacina da Janssen também não foram incluídos até agora no Conecte SUS.
“Aparentemente, a questão é a mesma para todos os participantes. Eu acho que é uma questão mais de burocracia, talvez, interna dos órgãos regulatórios”, diz Carlos Brites, coordenador da pesquisa Jassen Bahia.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o aplicativo Conecte SUS ficou instável, mas que agora funciona normalmente. Sobre os problemas relatados, o ministério indicou só um caminho: acessar o suporte no próprio aplicativo em “fale com o Conecte SUS”.